A onda asiática

A consultoria britânica Oxford Economics elaborou um ranking dos países emergentes que deverão apresentar os maiores crescimentos entre 2019 e 2028. Índia, Filipinas, Indonésia e China lideram a lista, com taxas acima de 5%. O Brasil, com expansão média estimada em 2%, não está entre os 10 primeiros. A principal razão apontada para manter a onda asiática é o ganho de produtividade.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) identificou que, de 2006 a 2016, o Brasil teve o menor crescimento de produtividade quando comparado aos 10 principais parceiros comerciais. A baixa produtividade compromete a competitividade. O último Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial nos classifica em 72º lugar entre 140 países, com perda de mais de três posições. Temos a maior burocracia de toda a relação, e somos um dos países menos preparados para enfrentar a revolução tecnológica.

O Brasil vem se esforçando nos últimos anos para chegar em 2038 entre os 20 primeiros países desse ranking do Fórum Econômico. Iniciativas como a criação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e a reestruturação da Empresa de Planejamento e Logística desejam aumentar os investimentos no país, sem os quais não existe aumento de produtividade e competitividade. Só que o atraso é grande.

Nos últimos 10 anos, não se tem investido mais de 2% do PIB em infraestrutura. O estoque de capital da infraestrutura não passa de 35% do PIB, quando deveria ser o dobro. Temos que investir perto de 5% ao ano para atingirmos a meta. Para isso, devemos reduzir a rigidez do orçamento público e recuperar o equilíbrio fiscal, o que passa por reformas, especialmente a da Previdência, e por aumento da eficiência do gasto público.

Acima de tudo, Brasília precisa estabelecer um pacto pelo Brasil, colocando os interesses do país acima dos de partidos ou corporações, se quisermos ter alguma esperança que a onda asiática nos dê uma carona.