Todos sabem que a educação no Brasil continua sendo um problema. A universalização avançou bastante, mas a qualidade não. Atribuem-se a essa lacuna a falta de mão de obra qualificada, a baixa produtividade do trabalho, o acesso restrito a oportunidades de progresso para muitos brasileiros e, em grande parte, o baixo crescimento do país.
A pressão, como de praxe também em outras áreas (a exemplo da saúde e segurança), é por mais gastos para resolver o problema. Solução simplista que, no fim, remete o problema à sociedade via aumento de carga tributária. O economista americano Eric Hanushek, da Universidade de Stanford, um dos maiores estudiosos do tema educação, afirma categoricamente que o “como” se gasta é mais importante do que o “quanto” se gasta. O crescimento econômico é influenciado pelo conhecimento adquirido, especialmente em matemática e ciências. É o que explica, segundo ele, o baixo crescimento de alguns países latino-americanos: “as crianças vão para a escola, mas não aprendem”. O mais importante para mudar isso é a qualidade dos professores.
Entre 2009 e 2012, o Brasil gastou, em média, 5,7% do PIB em educação, mais do que muitos países que são referência na área e mais do que os principais emergentes: EUA, Canadá e Suíça (5,3%), México (5,2%), Chile (4,3%), China (3,4%), Índia (3,3%) e Singapura (3,1%). A abundância de recursos sempre leva ao desperdício, especialmente o setor público.
Programas como o desenvolvido pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, o “Movimento a Indústria pela Educação” merecem o reconhecimento e reforçam a convicção de que mais e melhores serviços públicos não dependem de mais impostos e, sim, de mais gestão. Certamente não chegamos ao atual estado de desequilíbrio fiscal do país por falta de recursos e, sim, por excesso de gastos. A solução, então, passa pela eficiência, e não pela arrecadação.