O crescimento de um país depende da competitividade de sua economia e o brasil não tem estado lá tão bem nos rankings internacionais nesse quesito. Mesmo tendo ganhado uma posição no levantamento de 2019 no Institute for Management Development (IMD), passamos para a 59ª colocação entre 63 países pesquisados, isto é, quase no fim da fila. Dos critérios avaliados, a eficiência do governo (incluindo a burocracia) está na 62ª posição, só à frente da Venezuela.
Da mesma forma, o ranking Competitividade 2019-2020 da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra o Brasil na 17ª posição entre 18 países pesquisados, à frente apenas da Argentina. Por isso, são fundamentais os esforços que vêm sendo feitos nos últimos anos para melhorar o ambiente de negócios.
O atraso na implementação das medidas necessárias acaba impactando fortemente a produtividade, componente decisivo para a competitividade da economia. O economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade Columbia nos EUA, aponta que em 1980 os trabalhadores brasileiros e coreanos produziam um terço do que os norte-americanos. Hoje, um coreano produz 63% e um brasileiro apenas 23% do total produzido por um estadunidense. O Brasil não consegue acompanhar o crescimento do conhecimento de seus pares, como China e Índia, muito menos dos países desenvolvidos. Segundo Scheinkman “sem uma reforma do Estado brasileiro, é difícil avançar na agenda da produtividade”. É a reforma administrativa em discussão no Congresso.
O Observatório da Produtividade, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, levantou que a produtividade do trabalhador brasileiro por hora trabalhada vem caindo 0,4% ao ano, desde 2013. Também alerta que para aumentar a renda da população é essencial melhorar a produtividade.
A escolha é nossa e a pressa é nossa. Mais juízo no presente para colhermos no futuro, ou menos responsabilidade no presente e conta alta para pagar no futuro. Senso de urgência, que abandonamos há muito, faz parte da fórmula.
Publicado no jornal O Povo